Fonte: Livro por Berdell R. Funke, Christine L. Case e Gerard J. Tortora
A questão de o vírus serem ou não organismos vivos tem uma resposta ambígua. A vida pode ser definida como um conjunto complexo de processos resultantes da ação de proteínas codificadas por ácidos nucléicos. Os ácidos nucléicos das células vivas estão todo tempo em atividade. Os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. No entanto, quando penetram em uma célula hospedeira, o ácido nucléico viral torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral. Sob esse ponto de vista, os vírus então vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira, o ácido nucléico viral torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral. Sob este ponto de vista, os vírus estão vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira infectada. Do ponto de vista clínico, os vírus podem ser considerados vivos pois causam infecções e doenças, da mesma forma que bactérias, fungos e protozoários patogênicos. Dependendo do ponto de vista, um vírus pode ser considerado uma agressão excepcionalmente complexa de elementos químicos ou, um microrganismo vivo excepcionalmente simples.
Como, então definimos um vírus? Os vírus foram, originalmente, diferenciados de outros agentes infecciosos por serem extremamente pequenos (filtráveis) e, por serem parasitas intracelulares obrigatórios - ou seja, necessitam de células vivas hospedeiras para a sua multiplicação. Contudo, essas duas propriedades são compartilhadas por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias. Os vírus e as bactérias são comparados na tabela 13.1.
Sabe-se agora que as características que as características que realmente distinguem os vírus estão relacionadas com sua organização estrutural simples e seu mecanismo de multiplicação. De acordo com isso, os vírus são entidades que:
- Possuem um único tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA.
- Possuem uma cobertura protéica ( às vezes recoberta por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) envolvendo o ácido nucléico.
- Multiplicam-se dentro das células vivas usando a maquinaria de síntese das células.
- Induzem a síntese de estruturas especializadas capazes de transferir o ácido nucléico viral para outras células.
Os vírus possuem poucas enzimas próprias ou mesmo nenhuma para seu metabolismo. Por exemplo, não possuem enzimas para a síntese protéica e para a geração de ATP. Os vírus devem-se apossar da maquinaria metabólica da célula hospedeira para a sua multiplicação. Este fato tem uma significância médica considerável para o desenvolvimento de drogas antivirais por que, a maioria das drogas que interferem na multiplicação viral pode também interferir na fisiologia da célula hospedeira sendo, por isso demasiadamente tóxicas para uso clínico.

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