sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Imunidade Humoral: Ativação dos Linfócitos B e Eliminação dos Microrganismos Extracelulares

Fonte: Livro Imunologia Celular e Molecular - 8ª Ed.

Autores: Abul Lichtman, Andrew Abbas 

Na ativação pelo antígeno, os linfócitos B se proliferam e se diferenciam em células que secretam diferentes classes de anticorpos com funções distintas. A resposta das células B aos antígenos proteicos necessita de sinais de ativação (auxílio) das células T CD4+ (que é a razão histórica para se chamar essas células de células T auxiliares). As células B podem responder a vários antígenos não proteicos sem a participação de células T auxiliares.
Algumas das progênies dos clones de células B expandidos se diferenciam em plasmócitos secretores de anticorpo. Cada plasmócito secreta anticorpos que têm o mesmo local de ligação do antígeno que os anticorpos da superfície células (receptores em célula B) que primeiro reconheceram o antígeno. Polissacarídios e lipídios estimulam a secreção principalmente do anticorpo de classe denominada IgM. Os antígenos proteicos induzem a produção de anticorpos de classes funcionalmente diferentes (IgG, IgA, IgE) a partir de um único clone de células B. A produção desta classe de anticorpos com diferentes funções é denominada troca de classe. O processo necessita da ação de células T auxiliares. Ele fornece plasticidade na resposta do anticorpo, permitindo que sirva a várias funções. As células T auxiliares também estimulam a produção de anticorpos com afinidade aumentada para o antígeno. Este processo, chamado de maturação de afinidade, melhora a qualidade da resposta imune humoral.
A resposta imune humoral combate microrganismos de várias maneiras. Os anticorpos se ligam aos microrganismos e os impedem de infectar as células, neutralizando, então, os microrganismos. De fato, os anticorpos são os únicos mecanismos da imunidade adaptativa que previnem uma infecção antes de ela se estabelecer; essa é a razão pela qual elicitar a produção de anticorpos potentes consiste no objetivo principal da vacinação. Anticorpos IgG recobrem os microrganismos e os tornam alvo para a fagocitose porque os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) expressam receptores para partes das moléculas de IgG. IgG e IgM ativam o sistema complemento, e os produtos do complemento promovem a fagocitose e a destruição dos microrganismos. Alguns anticorpos atendem a papéis especiais em locais anatômicos em particular. A IgA é secretada pelo epitélio da mucosa e neutraliza microrganismos nos lumens dos tecidos mucosos, tais como os tratos respiratório e gastrintestinal. A IgG materna é ativamente transportada através da placenta e protege o feto até que o seu sistema imune e do futuro recém nascido se torne maduro. A maioria dos anticorpos tem meia-vida de poucos dias, mas grande parte dos anticorpos IgG tem meia-vida de cerca de 3 semanas. Alguns plasmócitos que secretam anticorpo migram para a medula óssea e vivem por anos, continuando a produzir baixos níveis de anticorpos. Os anticorpos que são secretados pelos plasmócitos de vida longa fornecem proteção imediata se o microrganismo voltar a infectar o indivíduo. Uma proteção mais efetiva é fornecida pelas células de memória que são ativadas pelo microrganismo e rapidamente se diferenciam para gerar grandes números de plasmócitos.

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