Fonte: Livro Imunologia Celular e Molecular - 8ª Ed.
Autores: Abul Lichtman, Andrew AbbasLinfócitos específicos para um grande número de antígenos existem antes da exposição ao antígeno e, quando um antígeno entra em um órgão linfoide secundário, ele se liga (seleciona) às células específicas para o antígeno, ativando-as (Fig. 1-7). Este conceito fundamental é chamado de hipótese da seleção clonal. Foi sugerido por Niels Jerne, em 1955, e mais claramente enunciado por Macfarlane Burnet, em 1957, como uma hipótese para explicar como o sistema imune poderia responder a um grande número e variedade de antígenos. De acordo com essa hipótese, os clones de linfócitos específicos para antígenos se desenvolvem antes e independentemente da exposição ao antígeno. Um clone se refere a um linfócito de uma especificidade e sua progênie. Uma característica do sistema imune é que um grande número de clones é gerado durante a maturação dos linfócitos, maximizando, então, o potencial para o reconhecimento de diversos microrganismos.
FIGURA 1-7 A hipótese da seleção clonal.
Cada antígeno (X) seleciona um clone preexistente de linfócitos específicos e estimula a proliferação e diferenciação daquele clone. O diagrama mostra somente linfócitos B dando origem a células efetoras secretoras de anticorpo, mas o mesmo princípio se aplica aos linfócitos T.
A ativação dos linfócitos T imaturos necessita do reconhecimento de complexos peptídio-MHC apresentados nas células dendríticas. Pelo fato de os receptores de células T serem específicos para peptídios associados ao MHC, esses linfócitos podem interagir somente com antígenos associados a células (porque as moléculas de MHC são proteínas da superfície celular), e não com antígeno livre. Esta característica é necessária porque todas as funções dos linfócitos T são dependentes de suas interações físicas com outras células. Para responder, as células T necessitam reconhecer não somente antígenos, mas também outras moléculas, chamadas de coestimuladores, que são induzidas nas APCs pelos microrganismos. O reconhecimento do antígeno fornece especificidade à resposta imune e a necessidade de coestimulação garante que as células T respondam aos microrganismos (os indutores das moléculas coestimulatórias), e não a substâncias inofensivas.
Os linfócitos B utilizam seus receptores de antígenos (moléculas de anticorpo ligado à membrana) para reconhecer os antígenos de muitos tipos químicos diferentes.
A ocupação dos receptores de antígenos e outros sinais disparam a proliferação e diferenciação do linfócito. As reações e funções dos linfócitos T e B diferem em vias importantes e são mais bem compreendidas separadamente.

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