A terminologia anatômica introduz e constitui uma grande parte da terminologia médica. Para se fazer compreender, é preciso se expressar
claramente, empregando os
termos apropriados
da maneira
correta.
Embora
você
conheça
bem
os termos comuns e coloquiais que designam as partes e
regiões do corpo, deve aprender a terminologia anatômica internacional, que permite a comunicação
precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo todo.
Os profissionais de saúde
também precisam conhecer os termos comuns e coloquiais que as pessoas usam ao relatar suas queixas. Além disso, deve ser capaz de usar termos que as pessoas compreendam ao explicar a elas seus problemas clínicos.
A terminologia usada neste livro
está
de acordo com
a nova International Anatomical Terminology.
A Terminologia Anatômica (TA) lista os termos em latim e seus equivalentes em português (p. ex., o
músculo do ombro é designado musculus deltoideus em latim e músculo deltoide em português). Infelizmente, a terminologia usada habitualmente
na clínica pode ser diferente da TA. Como essa discrepância
pode causar confusão,
o texto esclarece
termos que costumam
ser confundidos colocando as designações
não oficiais entre parênteses quando os termos são usados pela primeira vez — por exemplo, tuba auditiva (trompa de Eustáquio) e artéria torácica interna (artéria mamária interna).
Os epônimos, termos que incorporam nomes de pessoas, não são usados
na TA porque não indicam o tipo ou a localização das estruturas designadas. Além disso, muitos epônimos não são acurados, do ponto de vista histórico, na identificação da primeira pessoa a descrever uma estrutura ou sua função e não se adaptam a um padrão internacional. Ainda assim, os epônimos usados com frequência aparecem entre parênteses em todo o livro quando esses termos são usados pela primeira vez — como ângulo do esterno (ângulo de Louis)
— pois certamente você os encontrará nos seus anos de prática clínica. Observe que os epônimos não ajudam a localizar a estrutura no corpo.
Estrutura dos termos.
A anatomia é uma ciência
descritiva
e requer termos para as muitas estruturas e processos do corpo. Como a maioria dos termos
provém do latim e do grego, a linguagem pode parecer
difícil inicialmente;
entretanto, à medida que se aprende a origem
dos termos, as palavras
passam a fazer sentido.
Por exemplo,
o termo gaster em
latim significa estômago ou ventre. Consequentemente, a junção esofagogástrica é o local
de união do esôfago ao estômago, o ácido gástrico é secretado
pelo estômago, e o músculo digástrico é um músculo dividido em dois ventres.
Muitos termos fornecem informações sobre o
formato, o tamanho, a localização ou a função de uma estrutura ou sobre a semelhança entre duas estruturas. Por exemplo,
alguns músculos
têm
nomes
descritivos
que indicam suas principais características. O músculo deltoide, que cobre a ponta do ombro,
é triangular,
como o símbolo de delta, a quarta letra do alfabeto
grego. O sufixo -oide significa “semelhante”;
portanto, deltoide significa semelhante a delta. Bíceps significa que tem duas cabeças e
tríceps,
que tem três cabeças. Alguns músculos são denominados de acordo com seu formato — o músculo piriforme, por exemplo, tem o formato de pera (L. pirum, pera
+ L.forma, formato). Outros músculos são designados de acordo com
sua localização. O músculo
temporal
está na região temporal do crânio. Em alguns casos, os músculos são descritos segundo as ações — por exemplo, o levantador da escápula eleva a escápula. A terminologia anatômica emprega a lógica para designar os músculos e outras partes
do corpo, e se você aprender seu significado e pensar
nele quando estiver lendo e dissecando,
será mais fácil lembrar-se
dos termos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MOORE, K.L. - ANATOMIA ORIENTADA PARA A CLÍNICA, 6ªED, GUANABARA KOOGAN, 2011.
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