Fonte : Livro Anatomia Orientada Para A Clínica - 7ª Ed.
Autores: Keith L. Moore / Arthur F. Dalley / Anne M. R. Agur
Os corpos celulares dos
neurônios parassimpáticos
pré-sinápticos
estão localizados em duas regiões no SNC e suas fibras
saem por duas vias. Essa organização é responsável pelo nome alternativo “craniossacral” da parte
parassimpática da DASN (Figura I.48):
•
Na substância cinzenta do tronco encefálico,
as fibras saem do SNC nos nervos
cranianos III, VII, IX e X; essas fibras constituem a parte parassimpática craniana.
•
Na substância cinzenta dos
segmentos sacrais da medula espinal (S2–S4), as fibras saem
do SNC através das
raízes anteriores dos nervos espinais sacrais S2–S4 e
dos nervos esplâncnicos pélvicos originados de seus ramos anteriores; essas fibras constituem a parte parassimpática pélvica.
Não causa surpresa o fato de a parte
craniana ser responsável pela inervação parassimpática
da cabeça, e de a parte pélvica ser responsável pela inervação parassimpática das vísceras pélvicas. Entretanto, em termos de inervação das vísceras torácicas e abdominais,
a parte craniana,
por intermédio do nervo
vago (NC X), é dominante. Inerva todas as vísceras
torácicas e a maior parte
do sistema digestório, do esôfago até a maior parte do intestino grosso (até a flexura esquerda do colo).
A parte pélvica para o sistema digestório inerva apenas o colo descendente, o colo sigmoide e o reto.
A despeito da extensa influência de sua parte craniana, o sistema parassimpático tem distribuição muito mais restrita do que o sistema simpático. O sistema parassimpático
é distribuído apenas
para a cabeça, cavidades
viscerais
do tronco
e tecidos eréteis dos órgãos genitais externos.
Com a exceção desses
últimos, não chega à parede do corpo ou aos membros;
e com exceção das partes
iniciais
dos ramos anteriores
dos nervos
espinais S2–S4, suas fibras não são componentes dos nervos espinais ou de seus ramos.
Há quatro pares de gânglios parassimpáticos na cabeça. Em outras partes,
as fibras parassimpáticas
pré-sinápticas fazem sinapse com corpos celulares pós-sinápticos isolados ou na parede do órgão-alvo (gânglios intrínsecos ou entéricos). Consequentemente, nessa divisão, a maioria das fibras pré-sinápticas é muito longa, estendendo-se do SNC até o órgão efetor, enquanto as fibras pós-sinápticas são muito curtas, partindo de um gânglio localizado perto ou alojado no órgão efetor.
FUNÇÕES DAS PARTES DA DASN
Embora os sistemas simpático e parassimpático
inervem
estruturas involuntárias
(e muitas vezes afetem
as mesmas), têm efeitos diferentes,
geralmente contrastantes, porém coordenados (Figuras I.46 e I.48). Em geral, o sistema simpático é um sistema catabólico (com gasto energético) que permite ao corpo
lidar
com estresses, como
ao preparar o corpo
para a resposta de luta ou fuga. O sistema parassimpático é
basicamente um sistema homeostático ou anabólico
(conservador de energia), que promove os processos silenciosos e ordenados do corpo, como aqueles que permitem ao corpo se alimentar
e assimilar o alimento.
Figura I.48
Parte parassimpática (craniossacral) da DASN. Os corpos celulares dos nervos parassimpáticos pré-sinápticos estão localizados em
extremidades opostas do SNC e suas fibras saem por duas vias diferentes: (1) na substância cinzenta do tronco encefálico, com saída de fibras do SNC nos nervos cranianos III, VII, IX e X (essas fibras constituem a parte parassimpática
craniana), e (2) na substância cinzenta dos segmentos sacrais (S2–S4) da medula espinal, com saída de fibras do SNC através das raízes anteriores dos nervos espinais S2–S4 e dos nervos esplâncnicos pélvicos originados nos ramos anteriores. (Essas fibras constituem a parte parassimpática pélvica.) A parte craniana é responsável pela inervação parassimpática da cabeça, do pescoço e da maior parte do tronco; a parte pélvica é responsável pela inervação parassimpática das vísceras pélvicas.
A divisão autônoma do sistema nervoso é uma subdivisão do sistema nervoso motor que controla as funções do corpo que não estão sob controle consciente. ♦ Dois neurônios, uma fibra pré-sináptica e uma pós-sináptica, unem o SNC a um órgão final, formado por músculo liso, glândula ou músculo cardíaco modificado. ♦ Com base na localização do corpo celular das fibras pré-sinápticas, o SNA pode ser subdividido em duas partes: simpática e parassimpática. ♦ Os corpos celulares pré- sinápticos da parte simpática são encontrados apenas nas colunas celulares intermédias da substância cinzenta na medula espinal toracolombar, que são organizadas de forma somatotópica. ♦ A s fibras nervosas simpáticas pré-sinápticas terminam nos gânglios simpáticos formados pelos corpos celulares de neurônios simpáticos pós-sinápticos. ♦ Os gânglios simpáticos estão localizados nos troncos simpáticos (gânglios paravertebrais) ou ao redor das raízes dos principais ramos da parte abdominal da aorta (gânglios pré-vertebrais). ♦ Os corpos celulares dos neurônios pré-sinápticos da parte parassimpática estão localizados na substância cinzenta do tronco encefálico e nos segmentos sacrais da medula espinal. ♦ Os corpos celulares de neurônios parassimpáticos pós-sinápticos do tronco estão localizados sobre a estrutura inervada ou dentro dela, enquanto os corpos celulares da cabeça estão organizados em gânglios distintos. ♦ A s partes simpática e parassimpática geralmente têm efeitos opostos, mas coordenados. ♦ O sistema simpático essencialmente regula os vasos sanguíneos e facilita as respostas de emergência (luta ou fuga). ♦ O sistema parassimpático — distribuído apenas para as vísceras da cabeça, pescoço e cavidades do tronco e os tecidos eréteis dos órgãos genitais — está relacionado principalmente com a conservação do corpo, muitas vezes revertendo os efeitos da estimulação simpática. ♦ Alguns nervos que distribuem fibras autônomas para as cavidades do corpo também contêm fibras sensitivas viscerais que conduzem impulsos de dor ou reflexos.
A principal função
do sistema simpático é controlar os vasos sanguíneos.
Isso é realizado por vários mecanismos que têm efeitos diferentes. Os vasos sanguíneos de todo o corpo são tonicamente
inervados
pelos nervos simpáticos,
mantendo um estado de vasoconstrição moderada em repouso. Na maioria dos leitos vasculares, o aumento dos sinais simpáticos intensifica a
vasoconstrição, e a diminuição da frequência de sinais simpáticos permite vasodilatação. No entanto, em algumas regiões do corpo,
os sinais simpáticos são
vasodilatadores (isto é, substâncias transmissoras
simpáticas
inibem a vasoconstrição ativa,
permitindo que os vasos sanguíneos sejam dilatados passivamente pela pressão
do sangue). Nos vasos coronários, vasos dos músculos
esqueléticos
e
órgãos genitais
externos, a estimulação simpática provoca vasodilatação (Wilson-Pauwels
et al.,2010).
SENSIBILIDADE VISCERAL
As fibras
aferentes
viscerais
têm
relações anatômicas
e funcionais importantes
com
a DASN.
Geralmente não temos
consciência dos impulsos sensitivos dessas fibras, que fornecem informações sobre o
ambiente interno do corpo. Essas informações são integradas
no SNC, muitas
vezes
desencadeando
reflexos
viscerais,
somáticos ou
ambos. Os
reflexos viscerais controlam a pressão
arterial e a bioquímica mediante alteração
de funções como frequência cardíaca e respiratória e resistência vascular.
A sensibilidade visceral que atinge um nível consciente geralmente é percebida como dor difusa ou cólica, pode haver ainda uma sensação de fome, plenitude ou náusea. Os cirurgiões que operam pacientes sob anestesia local
podem manusear, cortar, clampear, ou até mesmo cauterizar órgãos viscerais sem provocar sensação
consciente. No entanto, a estimulação adequada, como as mostradas a seguir, pode causar dor visceral:
• Distensão
súbita
• Espasmos ou contrações fortes
• Irritantes
químicos
• Estimulação mecânica, principalmente quando o órgão é ativo
• Distúrbios patológicos (principalmente isquemia) que reduzem os limiares normais de estimulação.
A atividade
normal
geralmente
não
produz
sensação,
mas
isso pode acontecer quando o suprimento sanguíneo
é inadequado
(isquemia).
A maior
parte
da
sensibilidade
reflexa
(inconsciente)
visceral e
parte da dor seguem
nas
fibras aferentes viscerais que acompanham
as fibras
parassimpáticas
retrogradamente. A maioria dos impulsos de
dor visceral
(provenientes do coração e da maioria dos órgãos
da cavidade
peritoneal)
segue em direção
central ao longo
das fibras
aferentes viscerais que acompanham as fibras simpáticas.
Pontos-chave
DIVISÃO AUTÔNOMA DO SISTEMA NERVOSO
A divisão autônoma do sistema nervoso é uma subdivisão do sistema nervoso motor que controla as funções do corpo que não estão sob controle consciente. ♦ Dois neurônios, uma fibra pré-sináptica e uma pós-sináptica, unem o SNC a um órgão final, formado por músculo liso, glândula ou músculo cardíaco modificado. ♦ Com base na localização do corpo celular das fibras pré-sinápticas, o SNA pode ser subdividido em duas partes: simpática e parassimpática. ♦ Os corpos celulares pré- sinápticos da parte simpática são encontrados apenas nas colunas celulares intermédias da substância cinzenta na medula espinal toracolombar, que são organizadas de forma somatotópica. ♦ A s fibras nervosas simpáticas pré-sinápticas terminam nos gânglios simpáticos formados pelos corpos celulares de neurônios simpáticos pós-sinápticos. ♦ Os gânglios simpáticos estão localizados nos troncos simpáticos (gânglios paravertebrais) ou ao redor das raízes dos principais ramos da parte abdominal da aorta (gânglios pré-vertebrais). ♦ Os corpos celulares dos neurônios pré-sinápticos da parte parassimpática estão localizados na substância cinzenta do tronco encefálico e nos segmentos sacrais da medula espinal. ♦ Os corpos celulares de neurônios parassimpáticos pós-sinápticos do tronco estão localizados sobre a estrutura inervada ou dentro dela, enquanto os corpos celulares da cabeça estão organizados em gânglios distintos. ♦ A s partes simpática e parassimpática geralmente têm efeitos opostos, mas coordenados. ♦ O sistema simpático essencialmente regula os vasos sanguíneos e facilita as respostas de emergência (luta ou fuga). ♦ O sistema parassimpático — distribuído apenas para as vísceras da cabeça, pescoço e cavidades do tronco e os tecidos eréteis dos órgãos genitais — está relacionado principalmente com a conservação do corpo, muitas vezes revertendo os efeitos da estimulação simpática. ♦ Alguns nervos que distribuem fibras autônomas para as cavidades do corpo também contêm fibras sensitivas viscerais que conduzem impulsos de dor ou reflexos.

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