O braço estende-se do ombro até o cotovelo. A articulação do cotovelo, entre o braço e o antebraço, faz dois tipos de
movimento: flexão–extensão e pronação–supinação. Os músculos responsáveis por esses movimentos são claramente
divididos em grupos anterior e posterior, separados pelo úmero e septos intermusculares medial e lateral (Figura 6.47). A
principal ação dos dois grupos ocorre na articulação do cotovelo, mas alguns músculos também atuam na articulação do
ombro. A parte superior do úmero é o local de fixação dos tendões dos músculos do ombro.
Músculos do braço
Dos quatro principais músculos do braço, três flexores (Mm. bíceps braquial, braquial e coracobraquial) estão no
compartimento anterior (flexor), supridos pelo nervo musculocutâneo, e um extensor (tríceps braquial) está no compartimento
posterior, suprido pelo nervo radial (Figuras 6.48 e 6.49B–D e F; Quadro 6.9). O músculo ancôneo, um auxiliar do músculo
tríceps braquial posicionado distalmente, também está no compartimento posterior (Figura 6.49G). Os músculos flexores do
compartimento anterior são quase duas vezes mais fortes do que os extensores em todas as posições; consequentemente,
somos melhores na tarefa de puxar do que na de empurrar. Deve-se notar, porém, que os extensores do cotovelo são muito
importantes para se levantar de uma cadeira e para manobrar uma cadeira de rodas. Portanto, o condicionamento do músculo
tríceps braquial é especialmente importante em pessoas idosas ou incapacitadas.
Os músculos do braço são ilustrados na Figura 6.49 e suas fixações, inervações e ações são descritas no Quadro 6.9.
MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL
Como indica o termo bíceps braquial, a fixação proximal desse músculo fusiforme geralmente tem duas cabeças. As duas
cabeças do músculo bíceps braquial originam-se na região proximal por fixações tendíneas aos processos da escápula, e seus
ventres carnosos unem-se imediatamente distais à parte média do antebraço (Figura 6.49B).
Cerca de 10% das pessoas têm uma terceira cabeça no músculo bíceps braquial. Quando presente, a terceira cabeça
origina-se da parte superomedial do músculo braquial (à qual está fundida), estando em geral situada posteriormente à artéria
braquial. Qualquer que seja a situação, existe um único tendão do músculo bíceps braquial distal, que se fixa
principalmente ao rádio.
Embora o músculo bíceps braquial esteja localizado no compartimento anterior do braço, não se fixa ao úmero (Figuras
6.47B e C e 6.49A e B). O músculo bíceps braquial é um “triarticular”, que cruza e é capaz de realizar movimento nas
articulações do ombro, cotovelo e radiulnar, embora atue principalmente nas duas últimas. Sua ação e efetividade são muito
influenciadas pela posição do cotovelo e antebraço. Quando o cotovelo está estendido, o músculo bíceps braquial é um flexor
simples do antebraço; entretanto, quando a flexão do cotovelo aproxima-se de 90° e necessita-se de mais força contra
resistência, o músculo bíceps braquial é capaz de realizar dois movimentos vigorosos, dependendo da posição do antebraço.
Quando o cotovelo está fletido a cerca de 90° e o antebraço está em supinação, o músculo bíceps braquial é mais eficiente na
produção de flexão. Por outro lado, quando o antebraço está em pronação, o músculo bíceps braquial é o principal (mais
forte) supinador do antebraço. Por exemplo, é usado quando pessoas destras colocam um parafuso na madeira dura e ao
introduzir um saca-rolhas e retirar a rolha de uma garrafa de vinho. O músculo bíceps braquial quase não atua como flexor
quando o antebraço está em pronação, mesmo contra resistência. Na posição de semidecúbito ventral, é ativo apenas contra
resistência (Hamill e Knutzen, 2008).
O tendão arredondado da cabeça longa do músculo bíceps braquial, que se origina do tubérculo supraglenoidal da escápula
e cruza a cabeça do úmero dentro da cavidade da articulação do ombro, continua a ser circundado pela membrana sinovial
enquanto desce no sulco intertubercular do úmero. Uma faixa larga, o ligamento transverso do úmero, segue do tubérculo
menor até o tubérculo maior do úmero e converte o sulco intertubercular em um canal (Figura 6.49B). O ligamento mantém o
tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial no sulco.
Na parte distal, a principal fixação do músculo bíceps braquial é à tuberosidade do rádio, pelo tendão desse músculo.
Entretanto, uma faixa membranácea triangular, denominada aponeurose do músculo bíceps braquial, parte do tendão do
músculo bíceps braquial, atravessa a fossa cubital e funde-se à fáscia do antebraço (muscular), cobrindo os músculos flexores
na face medial do antebraço. Fixa-se indiretamente por meio da fáscia à margem subcutânea da ulna. A parte proximal da
aponeurose pode ser palpada com facilidade quando segue obliquamente sobre a artéria braquial e o nervo mediano (Figuras
6.47A e 6.52A). A aponeurose protege essas e outras estruturas na fossa cubital. Também ajuda a reduzir a pressão do tendão
do músculo bíceps braquial sobre a tuberosidade do rádio durante a pronação e a supinação do antebraço.
Figura 6.47 Músculos, estruturas neurovasculares e compartimentos do braço. A. Nesta dissecção do braço direito, as
veias foram removidas, com exceção da parte proximal da veia axilar. Note os trajetos dos nervos musculocutâneo, mediano e
ulnar e da artéria braquial ao longo da face medial (protegida) do braço. Seus trajetos geralmente são paralelos ao septo
intermuscular medial que separa os compartimentos anterior e posterior nos dois terços distais do braço. B. Neste corte
transversal do braço direito, as três cabeças do músculo tríceps braquial, o nervo radial e seus vasos acompanhantes (em contato
com o úmero) situam-se no compartimento posterior. C. Esta RM axial (transversal) mostra as características apresentadas na
parte B; as estruturas numeradas são identificadas na parte B. (Cortesia do Dr. W. Kucharczyk, Professor and Neuroradiologist
Senior Scientist, Department of Medical Resonance Imaging, University Health Network, Toronto, Ontario, Canada.)
Figura 6.48 Nervos que suprem as paredes medial e posterior da axila, além dos músculos do braço. Os músculos
peitorais maior e menor estão rebatidos superolateralmente, e os fascículos lateral e medial do plexo braquial estão rebatidos
superomedialmente. Todos os principais vasos e os nervos originados dos fascículos medial e lateral do plexo braquial (com
exceção do nervo musculocutâneo originado de um segmento do fascículo lateral) foram removidos. É mostrado o fascículo
posterior, formado pela fusão das divisões posteriores dos três troncos do plexo braquial. Dá origem aos cinco nervos periféricos,
sendo que quatro deles suprem os músculos da parede posterior da axila e os compartimentos posteriores do membro superior.
Para testar o músculo bíceps braquial, a articulação do cotovelo é fletida contra resistência durante a supinação do
antebraço. Se a função do músculo for normal, forma-se uma saliência proeminente na face anterior do braço que é
facilmente palpada.
MÚSCULO BRAQUIAL
O músculo braquial é fusiforme e achatado e está situado posterior (profundamente) ao músculo bíceps braquial. A fixação
distal cobre a parte anterior da articulação do cotovelo (Figuras 6.47, 6.48 e 6.49D; Quadro 6.9). O músculo braquial é o
principal flexor do antebraço. É o único flexor puro, sendo responsável pela maior parte da força de flexão. Flete o antebraço
em todas as posições, não sendo afetado pela pronação nem pela supinação; durante movimentos lentos e rápidos; e na
presença ou ausência de resistência. Quando o antebraço é estendido lentamente, o músculo braquial estabiliza o movimento
por meio de relaxamento lento — isto é, contração excêntrica (é usado ao pegar e deixar uma xícara de chá com cuidado, por
exemplo). O músculo braquial sempre se contrai quando o cotovelo é fletido e é o principal responsável pela manutenção da
posição fletida. Em vista de seu papel importante e quase constante, é considerado o carro-chefe dos flexores do cotovelo.
Para testar o músculo braquial, o antebraço é colocado em semipronação e fletido contra resistência. É possível ver e
palpar o músculo quando sua função é normal.
MÚSCULO CORACOBRAQUIAL
O músculo coracobraquial é alongado na parte superomedial do braço. É um ponto de referência útil para localização de
outras estruturas no braço (Figuras 6.47, 6.48 e 6.49C; Quadro 6.9). Por exemplo, é perfurado pelo nervo musculocutâneo e
a parte distal de sua fixação indica a localização do forame nutrício do úmero. O músculo coracobraquial ajuda a fletir e aduzir
o braço e a estabilizar a articulação do ombro. Com o músculo deltoide e a cabeça longa do músculo tríceps braquial, atua
como um músculo direcional, resistindo à luxação da cabeça do úmero para baixo, como ao carregar a mala pesada. O nervo
mediano e/ou a artéria braquial podem seguir profundamente ao músculo coracobraquial e serem comprimidos por ele.
Figura 6.49 Músculos do braço.
Quadro 6.9 Músculos do braço.
Músculo Fixação proximal Fixação distal Inervação
a Ação do músculo
Bíceps
braquial
Cabeça curta: extremidade
do processo coracoide da
escápula
Cabeça longa: tubérculo
supraglenoidal da escápula
Tuberosidade do
rádio e fáscia do
antebraço através da
aponeurose do M.
bíceps braquial
N.
musculocutâneo
(C5, C6, C7)
Supina o antebraço e flete
o antebraço, quando está
em posição de supinação;
a cabeça curta resiste à
luxação do ombro
Coracobraquial
Extremidade do processo
coracoide da escápula
Terço médio da face
medial do úmero
Ajuda a fletir e aduzir o
braço; resiste à luxação do
ombro
Braquial Metade distal da face
anterior do úmero
Processo coronoide e
tuberosidade da ulna
N.
musculocutâneo
b
(C5, C6) e N.
radial (C5, C7)
Flete o antebraço em todas
as posições
Cabeça longa: tubérculo
infraglenoidal da escápula
Tríceps
braquial
Cabeça curta: face
posterior do úmero,
superior ao sulco do N.
radial
Cabeça medial: face
posterior do úmero,
inferior ao sulco do N.
radial
Extremidade
proximal do olécrano
da ulna e fáscia do
antebraço
N. radial (C6,
C7, C8)
Principal extensor do
antebraço; a cabeça longa
resiste à luxação do
úmero; mais importante
durante a abdução
Ancôneo
Epicôndilo lateral do
úmero
Face lateral do
olécrano e parte
superior da face
posterior da ulna
N. radial (C7,
C8, T1)
Auxilia o músculo tríceps
braquial na extensão do
antebraço; estabiliza a
articulação do cotovelo;
pode abduzir a ulna
durante a pronação
a
Indicação da inervação segmentar da medula espinal (p. ex., “C5, C6, C7” significa que os nervos que suprem o M. bíceps braquial são
derivados do quinto e do sexto segmentos cervicais da medula espinal). Os números em negrito (C6) indicam a inervação segmentar
principal. A lesão de um ou mais segmentos da medula espinal listados ou das raízes nervosas motoras originadas deles causa paralisia
dos músculos relacionados.
bUma parte da porção lateral do músculo braquial é inervada por um ramo do nervo radial.
MÚSCULO TRÍCEPS BRAQUIAL
O músculo tríceps braquial é grande e fusiforme e está localizado no compartimento posterior do braço (Figuras 6.47, 6.48,
6.49F e 6.50; Quadro 6.9). Como indica o nome, o músculo tríceps braquial tem três cabeças: longa, lateral e medial. O
músculo tríceps braquial é o principal extensor do antebraço.
Como a cabeça longa cruza a articulação do ombro, o músculo tríceps braquial ajuda a estabilizar a articulação do ombro
aduzida, servindo como músculo direcional e resistindo ao deslocamento inferior da cabeça do úmero. A cabeça longa também
ajuda na extensão e adução do braço, mas é a menos ativa.
A cabeça medial é o carro-chefe da extensão do braço, ativa em todas as velocidades e na presença ou ausência de
resistência.
A cabeça curta é mais forte, porém é recrutada principalmente na atividade contra resistência (Hamill e Knutzen, 2008). A
pronação e a supinação do antebraço não afetam a operação do músculo tríceps braquial. Imediatamente proximal à fixação
distal deste músculo há uma bolsa subtendínea do músculo tríceps braquial, redutora de atrito, entre o tendão do músculo
tríceps braquial e o olécrano.
Para testar o músculo tríceps braquial (ou determinar o nível de lesão de um nervo radial), o braço é abduzido a 90° e
depois o antebraço fletido é estendido contra resistência oferecida pelo examinador. É possível ver e palpar o músculo tríceps
braquial se sua função for normal. Sua força deve ser comparável ao músculo contralateral, levando-se em conta o domínio
lateral (uso preferencial da mão direita ou esquerda).
MÚSCULO ANCÔNEO
O músculo ancôneo é pequeno, triangular e situado na face posterolateral do cotovelo; em geral, apresenta-se parcialmente
fundido ao músculo tríceps braquial (Figura 6.49G; Quadro 6.9). O músculo ancôneo ajuda o tríceps braquial a estender o
antebraço e tensiona a cápsula da articulação do cotovelo, evitando que seja pinçada durante a extensão. Também abduz a
ulna durante a pronação do antebraço.
Figura 6.50 Músculos da região escapular e da região braquial posterior. A cabeça curta do músculo tríceps braquial foi
dividida e deslocada para mostrar as estruturas que atravessam o espaço quadrangular e o nervo radial e a artéria braquial
profunda. O osso exposto no sulco do nervo radial, que não tem fixação muscular, separa as fixações umerais das cabeças lateral
e medial do músculo tríceps braquial. (A Figura 6.49E mostra as fixações ósseas.)
Artéria braquial
A artéria braquial é responsável pela irrigação arterial principal do braço e é a continuação da artéria axilar (Figura 6.51).
Começa na margem inferior do músculo redondo maior (Figuras 6.47A e 6.51) e termina na fossa cubital, diante do colo do
rádio, onde, sob o revestimento da aponeurose do músculo bíceps braquial, divide-se nas artérias radial e ulnar (Figuras 6.51 e
6.52).
A artéria braquial, relativamente superficial e palpável em todo o seu trajeto, situa-se anteriormente aos músculos tríceps
braquial e braquial. No início situa-se medialmente ao úmero, onde suas pulsações são palpáveis no sulco bicipital medial
(Figura 6.47A e B). Em seguida, passa anteriormente à crista supraepicondilar medial e tróclea do úmero (Figuras 6.51 e
6.53).
No trajeto inferolateral, a artéria braquial acompanha o nervo mediano, que cruza anteriormente à artéria (Figuras 6.47A e
6.53). Durante o trajeto no braço, a artéria braquial dá origem a muitos ramos musculares não nomeados e à artéria nutrícia
do úmero (Figura 6.51), que se origina de sua face lateral. Os ramos musculares anônimos costumam ser omitidos das
ilustrações, mas são visíveis durante a dissecção.
Figura 6.51 Irrigação arterial do braço e região proximal do antebraço. Anastomoses arteriais periarticulares funcionais e
clinicamente importantes circundam o cotovelo. A circulação colateral resultante permite a chegada do sangue ao antebraço
quando a flexão do cotovelo compromete o fluxo pela parte terminal da artéria braquial.
Os principais ramos nomeados da artéria braquial originados de sua face medial são a artéria braquial profunda e as
artérias colaterais ulnares superior e inferior. As artérias colaterais ajudam a formar as anastomoses arteriais
periarticulares da região do cotovelo (Figura 6.51). Outras artérias participantes são ramos recorrentes, às vezes duplos,
das artérias radial, ulnar e interóssea, que seguem superior, anterior e posteriormente à articulação do cotovelo. Essas artérias
anastomosam-se aos ramos articulares descendentes da artéria braquial profunda e às artérias colaterais ulnares.
ARTÉRIA BRAQUIAL PROFUNDA
A artéria braquial profunda é o maior ramo da artéria braquial e tem a origem mais alta. A artéria braquial profunda
acompanha o nervo radial ao longo do sulco radial enquanto segue posteriormente ao redor do corpo do úmero (Figuras 6.50
e 6.53). A artéria braquial profunda termina dividindo-se em artérias colaterais média e radial, que participam das
anastomoses periarticulares do cotovelo (Figura 6.51).
ARTÉRIA NUTRÍCIA DO ÚMERO
A principal artéria nutrícia do úmero origina-se da artéria braquial no meio do braço e entra no canal nutrício na face
anteromedial do úmero (Figura 6.51). A artéria segue distalmente no canal em direção ao cotovelo. Também existem outras
artérias nutrícias menores do úmero.
ARTÉRIA COLATERAL ULNAR SUPERIOR
A artéria colateral ulnar superior origina-se da face medial da artéria braquial, perto do meio do braço, e acompanha o
nervo ulnar posteriormente ao epicôndilo medial do úmero (Figuras 6.47A e 6.51). Aqui se anastomosa com a artéria
recorrente ulnar posterior e a artéria colateral ulnar inferior, participando das anastomoses arteriais periarticulares do cotovelo.
ARTÉRIA COLATERAL ULNAR INFERIOR
A artéria colateral ulnar inferior origina-se da artéria braquial cerca de 5 cm proximal à prega do cotovelo (Figuras 6.47A,
6.51 e 6.52B). Depois, segue inferomedialmente anterior ao epicôndilo medial do úmero e se une às anastomoses arteriais
periarticulares da região do cotovelo, anastomosando-se com a artéria recorrente ulnar anterior.
Veias do braço
Dois grupos de veias do braço, superficiais e profundas, anastomosam-se livremente entre si. As veias superficiais estão
situadas na tela subcutânea, e as veias profundas acompanham as artérias. Os dois grupos de veias têm válvulas, mas estas
são mais numerosas nas veias profundas do que nas veias superficiais.
Figura 6.52 Dissecções da fossa cubital. A. Dissecção superficial. B. Nesta dissecção profunda, parte do músculo bíceps
braquial é excisada e a fossa cubital é bem aberta por meio do afastamento lateral dos músculos extensores do antebraço e
afastamento medial dos músculos flexores. O nervo radial, que acabou de deixar o compartimento posterior do braço perfurando o
septo intermuscular lateral, emerge entre os músculos braquial e braquiorradial e divide-se em um ramo superficial (sensitivo) e um
ramo profundo (motor) (Figura 6.57A e B).
VEIAS SUPERFICIAIS
As duas principais veias superficiais do braço, as veias cefálica e basílica (Figuras 6.47B e C e 6.52A), são descritas em
“Veias superficiais do membro superior”, anteriormente.
VEIAS PROFUNDAS
As veias profundas pareadas, que coletivamente formam a veia braquial, acompanham a artéria braquial (Figura 6.52A).
Suas conexões frequentes compreendem a artéria, e formam uma rede anastomótica em uma bainha vascular comum. As
pulsações da artéria braquial ajudam a deslocar o sangue através dessa rede venosa.
A veia braquial começa no cotovelo pela união das veias acompanhantes das artérias ulnar e radial e termina fundindose
com a veia basílica para formar a veia axilar (Figuras 6.16 e 6.41). Não raramente, as veias profundas unem-se para
formar uma veia braquial durante parte de seu trajeto.
Nervos do braço
Quatro nervos principais atravessam o braço: mediano, ulnar, musculocutâneo e radial (Figura 6.53). Suas origens no plexo
braquial, trajetos no membro superior e as estruturas inervadas por eles são resumidos no Quadro 6.8. Os nervos mediano e
ulnar não enviam ramos para o braço.
NERVO MUSCULOCUTÂNEO
O nervo musculocutâneo começa oposto à margem inferior do músculo peitoral menor, perfura o músculo coracobraquial, e
continua distalmente entre os músculos bíceps braquial e o braquial (Figura 6.52B). Após suprir os três músculos do
compartimento anterior do braço, o nervo musculocutâneo emerge lateralmente ao músculo bíceps braquial como o nervo
•
•
cutâneo lateral do antebraço (Figura 6.53). Torna-se realmente subcutâneo quando perfura a fáscia muscular proximal à
fossa cubital para seguir inicialmente com a veia cefálica na tela subcutânea (Figura 6.52A). Após cruzar a face anterior do
cotovelo, continua a suprir a pele da face lateral do antebraço.
Figura 6.53 Relação das artérias e nervos do braço com o úmero e os compartimentos do braço. O nervo radial e a
artéria profunda do braço acompanhante espiralam-se posteriormente ao redor do úmero e diretamente sobre sua superfície, no
sulco radial. O nervo radial e a artéria colateral radial então perfuram o septo intermuscular lateral para entrar no compartimento
anterior. O nervo ulnar perfura o septo intermuscular medial, entra no compartimento posterior e depois segue no sulco para o nervo
ulnar na face posterior do epicôndilo medial do úmero. O nervo mediano e a artéria braquial descem no braço até a face medial da
fossa cubital, onde estão bem protegidos e raramente são lesados. (As Figuras 6.50 e 6.57A e B mostram os detalhes.)
NERVO RADIAL
O nervo radial no braço supre todos os músculos no compartimento posterior do braço (e antebraço). O nervo radial entra
no braço posteriormente à artéria braquial, medialmente ao úmero e anteriormente à cabeça longa do músculo tríceps braquial,
onde emite ramos para as cabeças longa e medial deste músculo (Figura 6.48). A seguir, o nervo radial desce
inferolateralmente com a artéria braquial profunda e segue ao redor do corpo do úmero no sulco radial (Figuras 6.47B, 6.50 e
6.53). O ramo do nervo radial para a cabeça curta do músculo tríceps braquial origina-se no sulco radial. Quando chega à
margem lateral do úmero, o nervo radial perfura o septo intermuscular lateral e continua inferiormente no compartimento
anterior do braço entre os músculos braquial e braquiorradial até o nível do epicôndilo lateral do úmero (Figura 6.52B).
Anteriormente ao epicôndilo lateral, o nervo radial divide-se em ramos profundo e superficial.
A distribuição do ramo profundo do nervo radial é totalmente muscular e articular
A distribuição do ramo superficial do nervo radial é totalmente cutânea, sendo responsável pela sensibilidade do dorso
da mão e dos dedos.
NERVO MEDIANO
O nervo mediano no braço segue distalmente na face lateral da artéria braquial até chegar ao meio do braço, onde cruza a
face medial e toca o músculo braquial (Figura 6.53). A seguir, o nervo mediano desce até a fossa cubital, onde se situa
profundamente à aponeurose do músculo bíceps braquial e à veia cubital mediana (Figura 6.52). O nervo mediano não tem
1.
2.
3.
•
•
•
•
•
ramos na axila nem no braço, mas envia ramos articulares para a articulação do cotovelo.
NERVO ULNAR
O nervo ulnar no braço segue distalmente a partir da axila, anteriormente à inserção do músculo redondo maior até a cabeça
longa do músculo tríceps braquial, na face medial da artéria braquial (Figura 6.47). Na altura do meio do braço perfura o septo
intermuscular medial com a artéria colateral ulnar superior e desce entre o septo e a cabeça medial do músculo tríceps braquial
(Figura 6.53). O nervo ulnar passa atrás do epicôndilo medial e medialmente ao olécrano até entrar no antebraço (Figura
6.46C). Posteriormente ao epicôndilo medial, onde é conhecido pelos leigos como a parte do cotovelo que causa uma
sensação de choque após um golpe, o nervo ulnar é superficial, facilmente palpável e vulnerável à lesão. Como o nervo
mediano, o nervo ulnar não tem ramos no braço, mas também envia ramos articulares para a articulação do cotovelo.
Fossa cubital
A fossa cubital é observada superficialmente como uma depressão na face anterior do cotovelo (Figura 6.55A).
Profundamente, há um espaço preenchido com quantidade variável de gordura anterior à parte mais distal do úmero e à
articulação do cotovelo. Os três limites da fossa cubital triangular são (Figura 6.52):
Superiormente, uma linha imaginária que une os epicôndilos medial e lateral
Medialmente, a massa de músculos flexores do antebraço originados na fixação comum dos flexores ao epicôndilo medial;
mais especificamente, o músculo pronador redondo
Lateralmente, a massa de músculos extensores do antebraço originada do epicôndilo lateral e da crista supraepicondilar;
mais especificamente, o músculo braquiorradial.
O assoalho da fossa cubital é formado pelos músculos braquial e supinador, do braço e antebraço, respectivamente. O
teto da fossa cubital é formado pela continuidade das fáscias do braço e do antebraço (muscular) reforçadas pela aponeurose
do músculo bíceps braquial (Figuras 6.52 e 6.58), tela subcutânea e pele.
O conteúdo da fossa cubital consiste em (Figuras 6.52 e 6.57A):
Parte terminal da artéria braquial e o início de seus ramos terminais, as artérias radial e ulnar. A artéria braquial situa-se
entre o tendão do músculo bíceps braquial e o nervo mediano
Veias acompanhantes (profundas) das artérias
Tendão do músculo bíceps braquial
Nervo mediano
Nervo radial, situado profundamente entre os músculos que formam o limite lateral da fossa (o braquiorradial, em
especial) e o braquial, que se divide em ramos superficial e profundo. Os músculos têm de ser afastados para expor o
nervo.
Superficialmente, na tela subcutânea sobre a fossa cubital estão a veia intermédia do cotovelo, situada anteriormente à
artéria braquial, e os nervos cutâneos medial e lateral do antebraço, relacionados às veias basílica e cefálica (Figura 6.55).
Anatomia de superfície do braço e da fossa cubital
As margens do músculo deltoide são visíveis quando o braço é abduzido contra resistência. A fixação distal do músculo
deltoide pode ser palpada na face lateral do úmero (Figura 6.54A).
As cabeças longa, lateral e medial do músculo tríceps braquial formam saliências na face posterior do braço e podem ser
identificadas quando o antebraço é estendido a partir da posição fletida contra resistência. O olécrano, ao qual o tendão do
músculo tríceps braquial está fixado distalmente, é palpado com facilidade. Está separado da pele apenas pela bolsa do
olécrano, responsável pela mobilidade da pele sobrejacente. O tendão do músculo tríceps braquial é facilmente palpado no
trajeto de descida ao longo da face posterior do braço até o olécrano. Os dedos podem ser pressionados para dentro de cada
lado do tendão, onde a articulação do cotovelo é superficial. O acúmulo anormal de líquido na articulação do cotovelo ou na
bolsa subtendínea do músculo tríceps braquial ou bolsa intratendínea do olécrano é palpável nesses locais; a bolsa situa-se
profundamente ao tendão do músculo tríceps braquial (ver Figuras 6.97 e 6.101).
O músculo bíceps braquial forma uma saliência na face anterior do braço; seu ventre torna-se mais proeminente quando o
cotovelo é fletido e supinado contra resistência (Figura 6.54B). O tendão do músculo bíceps braquial pode ser palpado na
fossa cubital, imediatamente lateral à linha mediana, sobretudo quando o cotovelo é fletido contra resistência. A parte proximal
da aponeurose do músculo bíceps braquial pode ser palpada com facilidade quando segue obliquamente sobre a artéria
braquial e o nervo mediano. Os sulcos bicipitais medial e lateral separam as saliências formadas pelos músculos bíceps e
tríceps braquiais e indicam a localização dos septos intermusculares medial e lateral (Figura 6.54C). A veia cefálica segue
superiormente no sulco bicipital lateral, e a veia basílica ascende no sulco bicipital medial. Profundamente a este último está o
principal feixe neurovascular do membro.
Nenhuma parte do corpo do úmero é subcutânea; mas ele pode ser palpado com distinção variável através dos músculos
que o circundam, sobretudo em muitas pessoas idosas.
A cabeça do úmero é circundada por músculos em todos os lados, exceto na região inferior; consequentemente, pode ser
palpada introduzindo-se os dedos profundamente na axila. O braço deve estar próximo ao lado do corpo, de modo que a
fáscia da axila esteja frouxa. A cabeça do úmero pode ser palpada quando se mexe o braço enquanto o ângulo inferior da
escápula é fixado no lugar.
A artéria braquial pode ser palpada profundamente à margem medial do músculo bíceps braquial. Os epicôndilos medial
e lateral do úmero são subcutâneos e podem ser facilmente palpados nas faces medial e lateral da região do cotovelo. O
epicôndilo medial é mais proeminente.
Figura 6.54 Anatomia de superfície do braço.
Na fossa cubital, as veias cefálica e basílica na tela subcutânea são claramente visíveis quando se aplica um torniquete ao
braço, assim como a veia intermédia do cotovelo. Essa veia cruza a aponeurose do músculo bíceps braquial no seu trajeto
superomedial, unindo a veia cefálica à veia basílica (Figura 6.55).
Se o polegar for comprimido contra a fossa cubital, as massas dos músculos flexores longos do antebraço serão palpadas,
formando a margem medial; o músculo pronador redondo é palpado mais diretamente.
O grupo lateral de músculos extensores do antebraço (a massa medial que pode ser apreendida com os dedos
separadamente), o músculo braquiorradial (mais medial) e os músculos extensores longos e curtos do punho, pode ser
apreendido entre a fossa e o epicôndilo lateral.
Figura 6.55 Anatomia de superfície da fossa cubital.
BRAÇO E FOSSA CUBITAL
Reflexo miotático bicipital
O reflexo bicipital é um dos vários reflexos tendíneos profundos avaliados na rotina dos exames físicos. O membro
relaxado é posicionado em pronação passiva e extensão parcial no cotovelo. O polegar do examinador é firmemente
posicionado sobre o tendão do músculo bíceps braquial e, com o martelo de reflexo, golpeia-se rapidamente a base
do leito ungueal do polegar do examinador (Figura B6.13). A resposta normal (positiva) é a contração involuntária do
músculo bíceps braquial palpada como uma tensão momentânea do tendão, geralmente com uma rápida flexão espasmódica
do cotovelo. A resposta positiva confirma a integridade do nervo musculocutâneo e dos segmentos C5 e C6 da medula
espinal. Respostas excessivas, diminuídas ou prolongadas (lentas) podem indicar doença do sistema nervoso central ou
periférico, ou distúrbios metabólicos (p. ex., doença da glândula tireoide).
Figura B6.13 Método para provocar o reflexo bicipital.
Tendinite bicipital
O tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial é revestido por uma bainha sinovial e movimenta-se para a
frente e para trás no sulco intertubercular do úmero (Figura 6.49B). O desgaste desse mecanismo pode causar dor no
ombro. A inflamação do tendão (tendinite bicipital), geralmente causada por microtraumatismos repetitivos, é
comum em esportes que incluem arremesso (p. ex., beisebol e críquete) e uso de raquete (p. ex., tênis). Um sulco
intertubercular apertado, estreito e/ou áspero pode causar irritação e inflamação do tendão, provocando dor à palpação e
crepitação.
Luxação do tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial
O tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial pode sofrer deslocamento parcial ou total do sulco
intertubercular no úmero. Esse distúrbio doloroso pode ocorrer em jovens durante a separação traumática da epífise
proximal do úmero. A lesão também ocorre em pessoas idosas com história de tendinite bicipital. Em geral, há uma
sensação de estalo ou aprisionamento durante a rotação do braço.
Ruptura do tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial
A ruptura do tendão geralmente resulta do desgaste de um tendão inflamado que se movimenta para a frente e para
trás no sulco intertubercular do úmero. Essa lesão geralmente ocorre em indivíduos > 35 anos de idade.
Tipicamente, o tendão é arrancado de sua fixação ao tubérculo supraglenoidal da escápula (Figura 6.5D). A ruptura
costuma ser dramática e está associada a um estalido ou estouro. O ventre do músculo separado forma uma bola perto do
centro da parte distal da face anterior do braço (deformidade de Popeye) (Figura B6.14). A ruptura do tendão do músculo
bíceps braquial pode resultar da flexão forçada do braço contra resistência excessiva, como ocorre em levantadores de peso
(Anderson et al., 2000). Na maioria das vezes, porém, a ruptura do tendão é consequência de tendinite prolongada que o
enfraquece. A ruptura resulta de movimentos repetitivos acima da cabeça, como ocorre em nadadores e arremessadores de
beisebol, que rompem o tendão enfraquecido no sulco intertubercular.
Figura B6.14 Ruptura do tendão do músculo bíceps braquial (setas).
Interrupção do fluxo sanguíneo na artéria braquial
A interrupção do sangramento mediante controle manual ou cirúrgico do fluxo sanguíneo é denominada hemostasia.
O melhor local para comprimir a artéria braquial a fim de controlar a hemorragia é medialmente ao úmero, perto da
porção média do braço (Figura B6.15). Como as anastomoses arteriais ao redor do cotovelo propiciam uma
circulação colateral funcional e importante do ponto de vista cirúrgico, a artéria braquial pode ser clampeada distalmente à
origem da artéria braquial profunda sem causar danos teciduais (Figura 6.51). A base anatômica desse procedimento é que
as artérias ulnar e radial ainda receberão sangue suficiente pelas anastomoses ao redor do cotovelo.
Embora as vias colaterais confiram alguma proteção contra a oclusão gradual temporária e parcial, a oclusão completa
súbita ou a laceração da artéria braquial é uma emergência cirúrgica porque a isquemia do cotovelo e antebraço acarreta
paralisia dos músculos em algumas horas.
Os músculos e nervos podem tolerar até 6 horas de isquemia (Salter, 1999). Depois disso, o tecido necrótico é substituído
por tecido cicatricial fibroso e causa encurtamento permanente dos músculos acometidos, produzindo uma deformidade em
flexão, a síndrome de compartimento isquêmica (contratura de Volkmann ou isquêmica). A flexão dos dedos e, às vezes, do
punho, causa perda da força na mão em virtude de necrose irreversível dos músculos flexores do antebraço.
Figura B6.15 Compressão da artéria braquial.
Fratura do corpo do úmero
A fratura da região média do úmero pode lesar o nervo radial no sulco radial do corpo do úmero. Quando há lesão
desse nervo, a fratura não deve causar paralisia do músculo tríceps braquial em face da origem alta dos nervos para
duas de suas três cabeças. A fratura da parte distal do úmero, perto das cristas supraepicondilares, é chamada de
fratura supraepicondilar (Figura B6.16). O fragmento ósseo distal pode ser deslocado anterior ou posteriormente. As ações
dos músculos braquial e tríceps braquial tendem a tracionar o fragmento distal sobre o fragmento proximal, encurtando o
membro. Qualquer um dos nervos ou ramos dos vasos braquiais relacionados ao úmero pode ser lesado por um fragmento
ósseo deslocado.
Figura B6.16 Fratura supraepicondilar.
Lesão do nervo musculocutâneo
A lesão do nervo musculocutâneo na axila (rara nessa posição protegida) é tipicamente causada por uma arma como
a faca. A lesão do nervo musculocutâneo resulta em paralisia dos músculos coracobraquial, bíceps braquial e
braquial. A flexão na articulação do ombro pode ser fraca em razão da lesão do nervo musculocutâneo que afeta a
cabeça longa dos músculos bíceps braquial e coracobraquial. Desse modo, há enfraquecimento acentuado, mas não perda, da
flexão da articulação do cotovelo e da supinação do antebraço. Ainda é possível realizar flexão fraca e supinação, produzidas
pelos músculos braquiorradial e supinador, respectivamente, ambos supridos pelo nervo radial. Pode haver perda da
sensibilidade na face lateral do antebraço suprida pelo nervo cutâneo lateral do antebraço, a continuação do nervo
musculocutâneo (Figura 6.53).
Lesão do nervo radial no braço
A lesão do nervo radial acima da origem de seus ramos para o músculo tríceps braquial causa paralisia dos músculos
tríceps, braquiorradial, supinador e músculos extensores do punho e dos dedos. Também há perda da sensibilidade
em áreas de pele supridas por esse nervo.
Quando o nervo é lesado no sulco radial, geralmente não há paralisia completa do músculo tríceps braquial, apenas
enfraquecimento porque somente a cabeça medial é afetada; entretanto, há paralisia dos músculos do compartimento
posterior do antebraço que são supridos por ramos mais distais do nervo. O sinal clínico característico da lesão do nervo
radial é a queda do punho — incapacidade de estender o punho e os dedos nas articulações metacarpofalângicas (Figura
B6.17A). Em vez disso, o punho relaxado assume uma posição de flexão parcial em razão do tônus dos músculos flexores,
sem oposição, e da gravidade (Figura B6.17B).
Punção venosa na fossa cubital
A fossa cubital é o local comum de coleta e transfusão de sangue e de injeções intravenosas em razão da
proeminência e acessibilidade das veias. A veia intermédia do cotovelo é selecionada quando o padrão de veias
superficiais é o mais comum (Figura 6.55). Essa veia situa-se diretamente sobre a fáscia muscular e segue em trajeto
diagonal da veia cefálica do antebraço até a veia basílica no braço. Cruza a aponeurose do músculo bíceps braquial, que a
separa da artéria braquial e do nervo mediano subjacentes, e garante alguma proteção para este último. Em outros tempos,
quando se fazia sangria, a aponeurose do músculo bíceps braquial era conhecida como grâce de Dieu, por cuja graça a
hemorragia arterial geralmente era evitada. Coloca-se um torniquete na região média do braço para distender as veias na
fossa cubital. Uma vez puncionada a veia, o torniquete é removido de modo que não haja sangramento excessivo quando a
agulha for removida. A veia intermédia do cotovelo também é um local para a introdução de cateteres cardíacos para obter
amostras de sangue dos grandes vasos e das câmaras do coração. Essas veias também podem ser usadas na angiografia
coronariana (ver Capítulo 1).
Figura B6.17 Queda do punho.
Variação das veias na fossa cubital
O padrão de veias na fossa cubital varia muito. Em cerca de 20% das pessoas, a veia intermédia do antebraço
divide-se em uma veia intermédia basílica, que se une à veia basílica, e uma veia intermédia cefálica, que se
une à veia cefálica (Figura B6.18). Nesses casos, as veias cubitais produzem formação em M nítida. É importante
observar e lembrar que a veia intermédia do cotovelo ou a veia intermédia basílica, qualquer que seja o padrão, cruza
superficialmente à artéria braquial, da qual é separada pela aponeurose do músculo bíceps braquial. Essas veias são bons
locais para coletar sangue, mas não são ideais para injetar uma droga irritante ante o risco de injetá-la na artéria braquial.
Em pessoas obesas, pode haver muito tecido adiposo sobre a veia.
Figura B6.18
Pontos-chave
BRAÇO E FOSSA CUBITAL
Braço: O braço forma uma coluna com o úmero em seu centro. ♦ O úmero, juntamente com septos intermusculares em
seus dois terços distais, divide o braço no sentido longitudinal (ou, mais especificamente, o espaço na fáscia braquial) em
compartimentos anterior ou flexor e posterior ou extensor.
O compartimento anterior contém três músculos flexores supridos pelo nervo musculocutâneo. ♦ O músculo
coracobraquial atua (pouco) no ombro, e os músculos bíceps braquial e braquial atuam no cotovelo. ♦ O músculo bíceps
braquial também é o supinador primário do antebraço (quando o cotovelo está fletido). ♦ O músculo braquial é o principal
flexor do antebraço.
O compartimento posterior contém um músculo extensor com três cabeças, o tríceps braquial, que é suprido pelo nervo
radial. ♦ Uma das cabeças (a cabeça longa) atua no ombro, mas na maioria das vezes as cabeças atuam juntas para estender
o cotovelo.
Os dois compartimentos são supridos pela artéria braquial, o compartimento posterior principalmente através de seu
maior ramo, a artéria braquial profunda. ♦ O principal feixe neurovascular está localizado na face medial do membro; assim,
geralmente é protegido pelo membro que serve.
Fossa cubital: A fossa cubital triangular é limitada por uma linha que une os epicôndilos medial e lateral do úmero e os
músculos pronador redondo e braquiorradial que se originam, respectivamente, nos epicôndilos. ♦ Os músculos braquial e
supinador formam o assoalho. ♦ O tendão do músculo bíceps braquial desce até o triângulo e se insere na tuberosidade do
rádio. ♦ Medialmente ao tendão estão o nervo mediano e a parte terminal da artéria braquial. ♦ Lateralmente ao tendão está o
nervo cutâneo lateral do antebraço em posição superficial, e — em um nível mais profundo — a parte terminal do nervo
radial. ♦ Na tela subcutânea, na maioria das vezes uma veia intermédia do cotovelo segue um trajeto oblíquo através da
fossa, unindo a veia cefálica do antebraço e a veia basílica, o que propicia um local vantajoso para a punção venosa. ♦ Em
cerca de 20% da população, a veia intermédia do antebraço bifurca-se nas veias intermédias cefálica e basílica, que
substituem a veia intermédia do cotovelo, que é diagonal.
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