domingo, 6 de maio de 2018

MICROBIOLOGIA 10ª Edição Gerard J. TORTORA - Cap. 1 O Mundo Microbiano e Você

Os micróbios em nossas vidas 

OBJETIVO DO APRENDIZADO 1-1 Citar várias maneiras pelas quais os micróbios afetam nossas vidas.

Para muitas pessoas, as palavras germe e micróbio representam um grupo de criaturas minúsculas que não se encaixam muito bem nas categorias de uma pergunta antiga: “É um animal, vegetal ou mineral?” Os micróbios, também chamados de micro-organismos, são formas de vida diminuta individualmente muito pequenas para serem vistas a olho nu. O grupo inclui bactérias (Capítulo 11), fungos (leveduras e fungos filamentosos), protozoários e algas microscó- picas (Capítulo 12). Neste grupo também estão os vírus, entidades acelulares algumas vezes consideradas a fronteira entre seres vivos e não vivos (Capítulo 13). Você será apresentado a cada um desses grupos de micróbios em breve. Tendemos a associar estes pequenos organismos somente a doenças graves como a Aids, as infecções desagradáveis, ou inconvenientes comuns como a deterioração de alimentos. Contudo, a maioria dos micro-organismos contribui de modo essencial na manutenção do equilíbrio dos organismos vivos e dos elementos quí- micos no nosso ambiente. Micro-organismos marinhos e de água doce constituem a base da cadeia alimentar em oceanos, lagos e rios. Micróbios do solo ajudam a degradar detritos e incorporam nitrogênio gasoso do ar em compostos orgânicos, reciclando assim os elementos químicos entre o solo, a água, os seres vivos e o ar. Certos micróbios têm um papel fundamental na fotossíntese, um processo gerador de oxigênio e alimento que é crucial para a vida na Terra. Os seres humanos e muitos outros animais dependem dos micróbios em seus intestinos para a digestão e a síntese de algumas vitaminas que seus corpos requerem, incluindo algumas vitaminas do complexo B, para o metabolismo, e vitamina K, para a coagula- ção do sangue. Os micro-organismos também possuem muitas aplicações comerciais, sendo usados na síntese de produtos químicos como vitaminas, ácidos orgânicos, enzimas, alcoóis e muitas drogas. Os processos pelos quais os micróbios produzem acetona e butanol foram descobertos em 1914 por Chaim Weizmann, um químico nascido na Rússia, trabalhando na Inglaterra. Quando a Primeira Guerra Mundial iniciou, em agosto daquele ano, a produção de acetona foi muito importante para a fabricação de cordite (uma forma de pólvora sem fumaça utilizada em munições). A descoberta de Weizmann teve um papel significativo no resultado da guerra. A indústria de alimentos também usa micróbios para produzir vinagre, chucrute, picles, bebidas alcoólicas, azeitonas verdes, molho de soja, manteiga, queijos, iogurte e pão. Além disso, enzimas produzidas por micróbios podem ser manipuladas de modo que os micróbios produzam substâncias que normalmente não sintetizariam. Estas substâncias incluem celulose, digestivos e compostos para limpeza de tubulações, além de substâncias de grande importância terapêutica como a insulina. As enzimas microbianas podem até mesmo ter ajudado a produzir o seu jeans favorito (veja o quadro na página ao lado). Apesar de apenas uma minoria dos micro-organismos ser patogênica (causadora de doenças), o conhecimento prático sobre os micróbios é necessário para a medicina e as ciências relacionadas à saúde. Por exemplo, os funcionários de hospitais devem ser capazes de proteger os pacientes de micróbios comuns, que normalmente são inofensivos, mas podem ser nocivos para pessoas doentes e debilitadas. Atualmente sabemos que os micro-organismos são encontrados em quase todos os lugares. Há até pouco tempo, antes da invenção do microscópio, os micróbios eram desconhecidos para os cientistas. Milhares de pessoas morreram devido a epidemias devastadoras, cujas causas não eram conhecidas. Famílias inteiras morreram porque as vacinas e os antibióticos não estavam disponí- veis para combater as infecções. Podemos ter uma ideia de como nossos conceitos atuais sobre microbiologia se desenvolveram observando alguns dos marcos históricos da microbiologia que modificaram as nossas vidas. Primeiro, contudo, iremos observar os principais grupos microbianos e como os micro-organismos são nomeados e classificados. TESTE SEU CONHECIMENTO 3Descreva algumas das ações benéficas e maléficas dos micróbios. 1-1* Nomeando e classificando os micro-organismos OBJETIVOS DO APRENDIZADO 1-2 Reconhecer o sistema de nomenclatura científica que utiliza dois nomes: um gênero e um epíteto específico. 1-3 Diferenciar as principais características de cada grupo de micro-organismo. 1-4 Listar os três domínios microbianos. Nomenclatura O sistema de nomenclatura (nomeação) para organismos em uso atualmente foi estabelecido em 1735 por Carolus Linnaeus. Os nomes científicos são latinizados porque o latim era a língua tradicionalmente utilizada pelos estudantes. A nomenclatura científica designa para cada organismo dois nomes – o gênero é o primeiro nome, sendo sempre iniciado com letra maiúscula; o segundo nome é o epíteto específico (nome das espécies), escrito sempre em letra minúscula. O organismo é designado pelos dois nomes, o gênero e o epíteto específico, e ambos são escritos em itálico ou sublinhados. Por convenção, após um nome científico ter sido mencionado uma vez, ele pode ser abreviado com a inicial do gênero seguida pelo epíteto específico. Os nomes científicos podem, entre outras coisas, descrever um organismo, homenagear um pesquisador ou identificar os hábitos de uma espécie. Por exemplo, considere o Staphylococcus aureus, uma bactéria comumente encontrada na pele humana. Staphylo descreve o arranjo em cacho das células desta bactéria; coccus indica que as células têm a forma semelhante a esferas. O epíteto especí- fico, aureus, significa ouro em latim, a cor de muitas colônias dessa bactéria. A Tabela 1.1 contém mais exemplos. As basctérias do gê- * Os números em laranja logo após as perguntas de TESTE SEU CONHECIMENTO se referem aos OBJETIVOS DO APRENDIZADO correspondentes.



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