Os micróbios em nossas vidas
OBJETIVO DO APRENDIZADO
1-1 Citar várias maneiras pelas quais os micróbios afetam nossas
vidas.
Para muitas pessoas, as palavras germe e micróbio representam um
grupo de criaturas minúsculas que não se encaixam muito bem nas
categorias de uma pergunta antiga: “É um animal, vegetal ou mineral?”
Os micróbios, também chamados de micro-organismos, são
formas de vida diminuta individualmente muito pequenas para serem
vistas a olho nu. O grupo inclui bactérias (Capítulo 11), fungos
(leveduras e fungos filamentosos), protozoários e algas microscó-
picas (Capítulo 12). Neste grupo também estão os vírus, entidades
acelulares algumas vezes consideradas a fronteira entre seres vivos
e não vivos (Capítulo 13). Você será apresentado a cada um desses
grupos de micróbios em breve.
Tendemos a associar estes pequenos organismos somente a
doenças graves como a Aids, as infecções desagradáveis, ou inconvenientes
comuns como a deterioração de alimentos. Contudo, a
maioria dos micro-organismos contribui de modo essencial na manutenção
do equilíbrio dos organismos vivos e dos elementos quí-
micos no nosso ambiente. Micro-organismos marinhos e de água
doce constituem a base da cadeia alimentar em oceanos, lagos e
rios. Micróbios do solo ajudam a degradar detritos e incorporam
nitrogênio gasoso do ar em compostos orgânicos, reciclando assim
os elementos químicos entre o solo, a água, os seres vivos e o ar.
Certos micróbios têm um papel fundamental na fotossíntese, um
processo gerador de oxigênio e alimento que é crucial para a vida
na Terra. Os seres humanos e muitos outros animais dependem dos
micróbios em seus intestinos para a digestão e a síntese de algumas
vitaminas que seus corpos requerem, incluindo algumas vitaminas
do complexo B, para o metabolismo, e vitamina K, para a coagula-
ção do sangue.
Os micro-organismos também possuem muitas aplicações
comerciais, sendo usados na síntese de produtos químicos como
vitaminas, ácidos orgânicos, enzimas, alcoóis e muitas drogas. Os
processos pelos quais os micróbios produzem acetona e butanol
foram descobertos em 1914 por Chaim Weizmann, um químico
nascido na Rússia, trabalhando na Inglaterra. Quando a Primeira
Guerra Mundial iniciou, em agosto daquele ano, a produção de acetona
foi muito importante para a fabricação de cordite (uma forma
de pólvora sem fumaça utilizada em munições). A descoberta de
Weizmann teve um papel significativo no resultado da guerra.
A indústria de alimentos também usa micróbios para produzir
vinagre, chucrute, picles, bebidas alcoólicas, azeitonas verdes, molho
de soja, manteiga, queijos, iogurte e pão. Além disso, enzimas
produzidas por micróbios podem ser manipuladas de modo que
os micróbios produzam substâncias que normalmente não sintetizariam.
Estas substâncias incluem celulose, digestivos e compostos
para limpeza de tubulações, além de substâncias de grande importância
terapêutica como a insulina. As enzimas microbianas podem
até mesmo ter ajudado a produzir o seu jeans favorito (veja o quadro
na página ao lado).
Apesar de apenas uma minoria dos micro-organismos ser patogênica
(causadora de doenças), o conhecimento prático sobre os
micróbios é necessário para a medicina e as ciências relacionadas à saúde. Por exemplo, os funcionários de hospitais devem ser capazes
de proteger os pacientes de micróbios comuns, que normalmente
são inofensivos, mas podem ser nocivos para pessoas doentes e debilitadas.
Atualmente sabemos que os micro-organismos são encontrados
em quase todos os lugares. Há até pouco tempo, antes da
invenção do microscópio, os micróbios eram desconhecidos para
os cientistas. Milhares de pessoas morreram devido a epidemias
devastadoras, cujas causas não eram conhecidas. Famílias inteiras
morreram porque as vacinas e os antibióticos não estavam disponí-
veis para combater as infecções.
Podemos ter uma ideia de como nossos conceitos atuais sobre
microbiologia se desenvolveram observando alguns dos marcos
históricos da microbiologia que modificaram as nossas vidas. Primeiro,
contudo, iremos observar os principais grupos microbianos
e como os micro-organismos são nomeados e classificados.
TESTE SEU CONHECIMENTO
3Descreva algumas das ações benéficas e maléficas dos micróbios.
1-1*
Nomeando e classificando os
micro-organismos
OBJETIVOS DO APRENDIZADO
1-2 Reconhecer o sistema de nomenclatura científica que utiliza dois
nomes: um gênero e um epíteto específico.
1-3 Diferenciar as principais características de cada grupo de
micro-organismo.
1-4 Listar os três domínios microbianos.
Nomenclatura
O sistema de nomenclatura (nomeação) para organismos em uso
atualmente foi estabelecido em 1735 por Carolus Linnaeus. Os nomes
científicos são latinizados porque o latim era a língua tradicionalmente
utilizada pelos estudantes. A nomenclatura científica
designa para cada organismo dois nomes – o gênero é o primeiro
nome, sendo sempre iniciado com letra maiúscula; o segundo
nome é o epíteto específico (nome das espécies), escrito sempre
em letra minúscula. O organismo é designado pelos dois nomes, o
gênero e o epíteto específico, e ambos são escritos em itálico ou sublinhados.
Por convenção, após um nome científico ter sido mencionado
uma vez, ele pode ser abreviado com a inicial do gênero
seguida pelo epíteto específico.
Os nomes científicos podem, entre outras coisas, descrever um
organismo, homenagear um pesquisador ou identificar os hábitos
de uma espécie. Por exemplo, considere o Staphylococcus aureus,
uma bactéria comumente encontrada na pele humana. Staphylo
descreve o arranjo em cacho das células desta bactéria; coccus indica
que as células têm a forma semelhante a esferas. O epíteto especí-
fico, aureus, significa ouro em latim, a cor de muitas colônias dessa
bactéria. A Tabela 1.1 contém mais exemplos. As basctérias do gê-
* Os números em laranja logo após as perguntas de TESTE SEU CONHECIMENTO
se referem aos OBJETIVOS DO APRENDIZADO correspondentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário